Desculpe-nos, mas este texto esta apenas disponível em Français.
(Español) La Eucaristía, un reto en los tiempos que vivimos. Claude RAULT
(Español) Misioneros en la Amazonía como respuesta al pedido del Papa Francisco
(Italiano) Charles de FOUCAULD, intervista con Andrea MANDONICO e Pierre SOURISSEAU
(Español) Horeb Ekumene, marzo 2021
Carta de quaresma 2021 a todos os irmãos do mundo. Eric LOZADA
Mas agora, declara Yahvé, volta a mim com todo teu coração, jejuando, chorando e lamentando-te. Rompei vossos corações e não vossos vestidos, e volvei a Yahvé, vosso Deus, porque êlel é clemente e compassivo, lento para a ira, rico em amor fiel, e se arrepende de infligir desastres. (Joel 2,12-13)
Todos nós, quando fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte. Por nosso batismo em sua morte, fomos sepultados com ele, para que assim como Cristo ressuscitou de entre os mortos pelo poder glorioso do Pai, também nós devemos começar a viver uma nova vida … [ ] nosso eu anterior foi crucificado com ele … [ ] e agora a vida que vive é a vida com Deus. Da mesma maneira, devéis ver a vós mesmos como mortos ao pecado mas vivos para Deus em Cristo Jesus. (Romanos 6,3-11)
Saudações a todos vós, meus queridos irmãos!
Em quanto vos escrevo, tenho presentes cada um de vós e as complicadas realidades que cada um de vós encontra devido a esta crise global. Parece que a pandemia nos está revelando nossas fortalezas e nossas debilidades, nas relações pessoais, nacionais e globais, nos âmbitos económico, político e religioso. A pandemia é um momento de grande revelação, como diz o P. Richard ROHR e como parece dar a entender o Papa Francisco em quanto se involucra numa reconstrução sistemática de nossas estruturas globais em Fratelli Tutti. Não desejo acrescentar nada ao seu magnífico trabalho. Antes bem, pretendo situar nossa celebração da Quaresma com o que a pandemia revela e ensina a nosso mundo. Gostava de visualizar a celebração da Quaresma como uma viagem em espiral descendente: quanto mais nos adentramos, mais vemos o que se esconde nos corações humanos e nas subculturas de nosso mundo que nos retêm como reféns na masmorra do pecado, o medo, a indiferença, violência. Se todos empreendemos esta viagem juntos com honestidade e firme resolução, chegaremos ao fundo no que se originam todas as mentiras do pecado, os enganos e distorções deste mundo. Este é nosso sepulcro com Cristo, como diz São Paulo, onde nosso homem velho é sepultado com Cristo para que o Pai possa dar á luz uma nova vida em nós, em Cristo. É minha esperança que ao fim de nossa viagem de quaresma de 40 dias através da Páscoa, como os apóstolos depois da ressurreição, todos caminhemos com renovada alegria e coragem clamando a mensagem do amor e a felicidade de Deus para nosso mundo.
Nossa viagem começa com aquilo que propõe o profeta Joel: “Volta”, “volta-te a Deus com todo teu coração”. Começamos a viagem com uma pergunta: De quem sou? A quem se dirige o mundo? Se dermos um olhar demorado e amoroso ao mundo e a nós mesmos, parece que o mundo, nós, temos muitos deuses falsos (manifestos o ocultos) aos que adoramos, cuidamos, damos todo nosso tempo e energia. Nossa sociedade aditiva parece ter formas de idolatra profundamente enraizadas, substituindo o verdadeiro Deus de nosso mais profundo anseio pelos falsos deuses da vida superficial. Por isso, o Profeta recomenda jejuar, chorar e lamentar.
Necessitamos jejuar daquelas coisas que alimentam nossas mentes e corações todos os dias, que são tóxicas e não derivam dos valores do Evangelho. Necessitamos chorar pela violência, a injustiça, a indiferença, a cobiça deste mundo porque, de maneira muito sutil, estamos operando sob seu feitiço. Lamentamos os erros do passado e aprendemos a não os repetir. São Paulo chama isto um batismo em Cristo, que é também um batismo em sua morte. Nosso batismo é nossa iniciação e nossa comunhão no Mistério Pascal. A que coisas estamos dispostos a morrer por Jesus e o Evangelho? Necessitamos dar nome a nossa morte. E na passividade de nossa morte em Cristo, a obra redentora do Pai em nós e em nosso mundo nos restaura á vida original de graça.
Quando morremos conscientemente ao velho eu, o eu que está escravizado pelo pecado, nos tronamos livres e vazios de nós mesmos, mas vivemos plena e autenticamente na nova vida de Cristo e em Cristo
E assim, queridos irmãos, que todos nos comprometamos nesta viagem da escravatura á liberdade, do medo á confiança, da escuridão á luz, do pecado á graça. Que este caminho seja nosso humilde mas sincero presente ás pessoas que nos foram confiadas e a nosso mundo angustiado, fragmentado e violento.
Permiti-me expressar também meu profundo reconhecimento por vosso humilde testemunho do Evangelho e o zeloso cuidado pelos pobres nos próprios lugares de trabalho, especialmente neste momento da pandemia. Meu agradecimento a nossos irmãos que escreveram os cinco textos e aos tradutores desses textos. Tinham o propósito de preparar-nos espiritualmente para a canonização do irmão Carlos. Permiti-me convidar aqueles que não leram e refletiram sobre esses textos, a aceder a eles em nosso site www.iesuscaritas.org . E para aqueles que sim o fizeram, continuem voltando a eles.
Complementando nossa viagem de Quaresma, pensei em introduzir o processo de renovação. Em minha correspondência com o cardeal STELLA da Congregação para o Clero, foram-me colocadas importantes questões sobre como somos em termos de nossa fidelidade ao carisma do irmão Carlos e como estamos crescendo em missão como sacerdotes diocesanos inspirados por sua espiritualidade. Destas conversas nasce a ideia de elaborar um inquérito global. Em vez de responder a estas perguntas sozinho, pensei em todos nós juntos numa aventura de encontrar e recuperar nossas preciosas gemas que podem estar ocultas para nós, mas que continuam inspirando-nos. Proponho um processo em duas fases.
A primeira fase se centrará mais nos factos. Aqui, faço um chamamento aos irmãos responsáveis locais, nacionais ou regionais e continentais para que realizem a obra principal. Vós, irmãos responsáveis locais, deveis proporcionar-nos dados de vossa fraternidade local sobre quantos são os membros regulares e outra informação importante. Quando chegar o formulário do inquérito, leiam-no detidamente. Tende em conta que os dados que estais proporcionando a nossa fraternidade global sejam certos. Uma nota sobre os membros regulares. São irmãos que estiveram participando regularmente na reunião mensal durante ao menos um ano ou estiveram conectando-se digitalmente com vós ou com algum dos irmãos da fraternidade local. Se o irmão está num lugar longínquo mas se conecta regularmente, ainda poderia ser um membro regular. Irmãos que estão interessados em nossa espiritualidade mas que no puderam comprometer-se a assistir regularmente ás reuniões ou manter correspondência regular, chamam-se “simpatizantes”. A chave é o compromisso. O formulário do inquérito chegará de vosso responsável nacional ou do país. Tendes um prazo de duas semanas para preencher o formulário e o devolver a vosso responsável nacional ou regional. Vos agradeço sinceramente vossa generosidade.
A segunda fase será alguns meses ou um ano depois. O processo será como uma revisão comunitária de nossas vidas sobre como estamos crescendo em termos de nossa fidelidade ao carisma do irmão Carlos e como estamos crescendo em nosso zelo missionário como sacerdotes diocesanos inspirados pelo irmão Carlos.
Muito obrigado, queridos irmãos. Por favor, sabei que continuo tendo vosso continente e vosso pais em minha oração. Tende a bondade de me segurar também em vossa oração. Preciso disto.
Com alegria fraterna,
Eric LOZADA, responsável internacional
Dumaguete, Filipinas, fevereiro 2021