A MISSÃO NA FRATELLI TUTTI. Willians Roque de BRITO

No dia 03 de outubro de 2020, véspera da memória de São Francisco de Assis, o Papa Francisco surpreendeu o mundo com a sua carta Encíclica intitulada Fratelli Tutti – Todos Irmãos. Nela, convocou os cristãos e toda pessoa de boa vontade a se empenharem, de coração aberto, por um ideal comum, pelo qual se possa construir laços de fraternidade e amizade social. Em suas palavras, o Papa Francisco nos recordou “como é importante sonhar juntos! […] Sozinho, corre-se o risco de ter miragens, vendo aquilo que não existe; é junto que se constroem os sonhos” (Fratelli Tutti, n.8).

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A Revisâo da Vida, escola de fraternidade. Manuel POZO OLLER

Retiro da Fraternidade Sacerdotal
Iesus Caritas da Espanha
Galapagar, Madrid, agosto 2022

I O que diz o Diretório?

«É, sobretudo, na Revisão da Vida que a fraternidade exerce a sua função de regra de vida. Fala-se muito de revisão de vida, mas indicando diferentes realidades: diferentes intercâmbios, estudos evangélicos, revisão de vida apostólica. Para nós, em fraternidade, a Revisão de Vida é um ato de fé comum, no qual partilhamos acontecimentos, inquietações, esperanças e decepções, uma leitura comum da vida para descobrir nela os apelos do Senhor (…)
O Life Review é, antes de tudo, um olhar contemplativo sobre a ação do Espírito Santo em nossas vidas. E, ao mesmo tempo, é o meio de uma conversão permanente que deve chegar também ao melhor de cada um, estar sempre disponível aos apelos do Senhor, precisamente ali onde não eram esperados, onde não tínhamos visto nem ouvido ele até agora. A Revisão de Vida nos ajuda a descobrir o Senhor que é sempre maior, sempre diferente e até desconcertante para nós.
Há uma unidade de processo entre a Revisão de Vida e os demais meios da Fraternidade. A Revista de Vida é preparada de preferência no deserto, sempre em oração e, se possível, por escrito. É melhor não fazer do que improvisar. Supõe um clima de oração, escuta da Palavra de Deus, atenção recíproca. Não há necessidade de temer momentos de silêncio. Devemos ter a coragem de questionar uns aos outros, com delicadeza, mas com franqueza, sem medo de tensões e possíveis confrontos. A falsa amizade é a morte das verdadeiras revisões de vida e, portanto, da fraternidade.
Fazer uma Revisão de Vida implica o compromisso de cada um de realizar juntos os chamados recebidos. Cada um deve sentir-se responsável e solidário com os outros.
Uma autêntica Revisão de Vida pode nos apresentar ao mistério da morte e ressurreição de Cristo operando em nós. E, às vezes, nos levará ao sacramento da reconciliação”.

II Compreender a RV como escola de escuta, discernimento e fraternidade

Junto com a adoração, é o ponto forte do Retiro.
Seu objetivo é nos ajudar a ter uma visão contemplativa da vida, da realidade. Veja a vida pelos olhos de Deus.
Não é uma mera técnica de reunião fraterna ou de grupo. Procure educar um coração contemplativo.
Não é, portanto, nem confissão nem direção espiritual. nenhuma ferramenta para entender ou interpretar na vida dos homens
Se trata de:
1. Uma forma de buscar a presença do Espírito Santo em nossas vidas, falando com nossos irmãos para que, a partir da busca, eles possam nos ajudar a encontrar a vontade de Deus. Não é pedir conselhos, mas discernir juntos. O RV é preparado em adoração e silêncio
2. Um modo de ler o Evangelho na vida dos homens e um modo de ler o Evangelho na Igreja. Leia nos fatos, e em grupo, os movimentos do Espírito.
3. Um encontro com Jesus hoje, um Jesus que vive nas realidades do mundo e dos homens de hoje.
4. Uma pergunta sobre o meu modo de ser e viver, através do que os outros vivem.
5. Uma participação fraterna na vida dos irmãos.

Como se prepara?
Ele se prepara em adoração e silêncio. Um tempo de silêncio em que se misturam fatos da vida e adoração.

III Vida fraternal e RV

Na Fraternidade, a VR deve ser também para compartilhar o modo como a releitura da vida nos remete às intuições de Charles de Foucauld e da Fraternidade: adoração, Evangelho, solicitude pelos pobres e ser irmãos, como Jesus.

* Seu fundamento teológico é a experiência bíblica que o Senhor está compartilhando com seu povo e com aqueles que formam sua própria história, fazendo da história de cada um uma história de salvação. Esse olhar contemplativo nos ajudará a aprender a ver a dupla face de cada situação. Há um primeiro aspecto que vemos, e ao fundo um toque de Deus.
* Além de ser o material que contemplamos contemplativamente, é o meio de uma conversão permanente. Sempre que vamos à RV, vamos em atitude de conversão, prontos para ver que parte de nós tem que mudar, a dos outros, para ajudá-los a ler o caminho.
* Viver o RV juntos é viver uma experiência de Deus, enorme, através das situações que estamos apresentando no RV: estamos vendo a providência de Deus e sua amizade.
* É por isso que às vezes provoca uma ação de graças. Outros, um pedido de perdão, ou um pedido de ajuda para realizar o que vemos.
* As palavras são tão importantes quanto os silêncios. Sem pressa. Há silêncios interessantes, de um ou do grupo, para respeitar, interiorizar, pedir ajuda, deixar penetrar o que ouvimos. Devemos respeitar o ritmo que a comunicação séria exige de nós.

Manuel POZO OLLER, fraternidade da Espanha

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