Eliminar Deus, José Inácio do VALE

Papa Francisco pede resistência perante “colonizações culturais” que querem eliminar Deus.

O cristão deve dar testemunho diante das “colonizações ideológicas e culturais” que são autênticas blasfémias e suscitam perseguições, ao mesmo tempo em que procuram erradicar as tradições e a fé, frisou o papa.

As “novidades” que se introduzem nas sociedades chegam a considerar normal “matar as crianças” ou perpetrar “genocídios” para “eliminar as diferenças”, com o propósito de serem “modernas”, apontou Francisco na missa a que presidiu, no Vaticano, 21/11/2017.

A “modernidade” é uma verdadeira colonização cultural, uma verdadeira colonização ideológica. É por isso, prosseguiu Francisco, que “para defender a história, para defender a fidelidade do povo, para defender as tradições, as verdadeiras tradições, as boas tradições do povo, se erguem resistências”. Não temos de ir muito longe para ver alguns exemplos: pensemos nos genocídios do século passado, que eram um fenómeno cultural, novo: “Todos iguais, e estes que não têm o sangue puro são postos fora… Todos iguais, não há lugar para as diferenças, não há lugar para os outros, não há lugar para Deus”, afirmou.

“As colonizações ideológicas e culturais só olham para o presente, renegam o passado e não olham para o futuro: vivem no momento, não no tempo, e por isso não podem prometer-nos nada”. Ao insistirem em “fazer todos iguais e eliminar as diferenças, cometem o pecado tremendo de blasfémia contra o Deus criador”, pelo que “de cada vez que chega uma colonização cultural e ideológica peca-se contra Deus criador porque se quer mudar a criação como Ele a fez”.

Contra este fenômeno que aconteceu tantas vezes ao longo da história só há um remédio: o testemunho, isto é, o martírio. Há alguns, como Eleazar (2 Macabeus 6, 18-31), que dão o testemunho da vida, pensando no futuro, na herança que darão com o exemplo.

Na maior parte dos casos o testemunho de vida: eu vivo assim, sim, dialogo com aqueles que pensam de outra maneira, mas o meu testemunho é assim, segundo a lei de Deus, segundo aquilo que Deus me ofereceu, apontou. “Que este exemplo nos ajude nos momentos talvez de confusão perante as colonizações culturais e espirituais que nos são propostas, concluiu o papa Francisco”.

O célebre teólogo Papa Bento XVI já falava muito do perigo da ditadura do relativismo. E o que seria? Uma mentalidade, uma cultura sem Deus, que vai se impondo no mundo, que quer expulsá-Lo do mundo, e que diz o seguinte: Não existe a verdade. A verdade, cada um faz a sua. Se aquilo é bom para você, então é uma verdade para você.

“Se Deus não existe, tudo é permitido” do romance Os irmãos Karamazov, do grande filosofo russo Fiódor Dostoiévski.

Se “tudo é permitido” as mais cruéis incompatibilidades são resolvidas com a eliminação dos fracos e dos indesejados.

Eis aqui nossa resistência contra a cultura de morte e a nossa luta pela dignidade da pessoa humana.

Dr. Frei Inácio José do Vale
Professor e Conferencista
Trabalha como Psicanalista Clínico na Associação Espaço Vida-Cidade de Goiás/GO
Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas
Frade da Fraternidade de Charles de Foucauld

Fontes:

http://snpcultura.org/papa_pede_resistencia_perante_colonizacoes_culturais_que_querem_eliminar_Deus.html

http://pt.radiovaticana.va/news/2017/11/21/papa_coloniza%C3%A7%C3%A3o_cultural_ou_ideol%C3%B3gica_n%C3%A3o_tolera_diferen%C3%A7/1350317

Inácio José do VALE: Eucaristia, centro da vida da Igreja

A Eucaristia constitui o cume para o qual convergem todos os outros sacramentos em ordem ao crescimento espiritual de cada um dos crentes e de toda a Igreja. Neste sentido, o Concílio Vaticano II afirma que a Eucaristia é «fonte e centro de toda a vida cristã», o centro da vida da Igreja. Todos os outros sacramentos e todas as obras da Igreja ordenam-se à Eucaristia porque o seu fim é conduzir os fiéis à união com Cristo, presente neste sacramento (cf. Catecismo, 1324).

Por que será que costumamos associar “Eucaristia” com “Hóstia”?

O termo eucaristia significa ação de graças, e remete para as palavras de Jesus Cristo na Última Ceia: «Tomou, então, o pão e, depois de dar graças [quer dizer, pronunciou uma oração eucarística e de louvor a Deus Pai], partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo…» (Lc 22, 19; cf. 1 Cor 11, 24).

A palavra “Hóstia” vem do latim. Em latim, “hóstia” é praticamente sinônimo de “vítima”. Ao animal sacrificado em honra dos deuses, à vítima oferecida em sacrifício à divindade, os romanos (que falavam latim) chamavam de “hóstia”. Ao soldado tombado na guerra vítima da agressão inimiga, defendendo o imperador e a pátria, chamavam de “hóstia”.

Originariamente era o animal imolado ao sacrifício. Na Antiguidade, segundo alguns historiadores, chamava-se Hóstias ao ser que se oferecia a uma divindade, nos ofícios religiosos. Na Grécia antiga, o cordeiro era o animal ou a hóstia que se costumava imolar em honra aos deuses. Mais tarde, após o sacrifício de Jesus Cristo em Jerusalém, a Igreja Cristã teve a ideia de aplicar o termo Hóstia a Jesus, que se deixou imolar para a salvação dos homens. Passou então, Jesus Cristo a ser a vítima (Hóstia) que se sacrificou pela humanidade.

Ligada à palavra “hóstia” está à palavra latina “hóstis”, que significa: “o inimigo”. Daí vem a palavra “hostil” (agressivo, ameaçador, inimigo), “hostilizar” (agredir, provocar, ameaçar). E a vítima fatal de uma agressão, por conseguinte, é uma “hóstia”.

Então, aconteceu o seguinte: O cristianismo, ao entrar em contato com a cultura latina, agregou no seu linguajar teológico e litúrgico a palavra “hóstia”, exatamente para referir-se à maior “vítima” fatal da agressão humana: Cristo morto e ressuscitado. Os cristãos adotaram a palavra “hóstia” para referir-se ao Cordeiro imolado (vitimado) e, ao mesmo tempo ressuscitado, presente no memorial eucarístico.

Quando falamos em “hóstia”, devemos pensar na “vítima pascal”, pensamos na morte de Jesus Cristo e sua ressurreição, pensamos no mistério pascal. Hóstia é para nós: a morte do Senhor e sua ressurreição, sua total entrega por nós, presente no pão e no vinho consagrados. Por isso que, após a invocação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho e a narração da última ceia do Senhor, na missa, toda a assembleia canta: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”.

Audiência: missa não é espetáculo para foto, é o encontro com Cristo

Cidade do Vaticano (RV) – A Praça S. Pedro acolheu milhares de fiéis para a Audiência Geral desta quarta-feira ensolarada de outono (08/11/2017) no Vaticano.

Após saudar os peregrinos de papamóvel, ao se dirigir a eles o Papa Francisco anunciou um novo ciclo de catequeses depois concluir na semana passada a série sobre a esperança.

A partir de agora, o tema será dedicado ao “coração” da Igreja, isto é, a Eucaristia. Para Francisco, é fundamental que os cristãos compreendam bem o valor e o significado da missa, para viver sempre mais plenamente a relação com Deus.

“Não podemos esquecer o grande número de cristãos que, no mundo inteiro, em 2000 anos de história, resistiram até a morte para defender a Eucaristia; e quantos, ainda hoje, arriscam a vida para participar da missa dominical.”

De fato, Jesus diz aos seus discípulos: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6,53-54)”.

O Papa então manifestou o desejo de dedicar as próximas catequeses para responder a algumas perguntas importantes sobre a Eucaristia e a Missa, para redescobrir, ou descobrir, como a fé resplende o amor de Deus através deste mistério.

Francisco citou o Concílio Vaticano II, que promoveu uma adequada renovação da Liturgia para conduzir os cristãos a compreenderem a grandeza da fé e a beleza do encontro com Cristo. Um tema central que os padres conciliares destacaram foi à formação litúrgica dos fiéis, indispensável para uma verdadeira renovação.

“E esta é justamente a finalidade do clico de catequeses que hoje iniciamos: crescer no conhecimento do grande dom que Deus nos doou na Eucaristia.”

A Eucaristia, explicou o Papa, é um acontecimento “maravilhoso”, no qual Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente. “Participar da missa é viver outra vez a paixão e a morte redentora do Senhor”. É uma teofania: o Senhor se faz presente no altar para ser oferecido ao Pai para a salvação do mundo.

“O Senhor está ali conosco, presente. Mas muitas vezes, nós vamos lá, conversamos enquanto o sacerdote celebra a eucaristia, mas não celebramos com ele. Mas é o Senhor. Se hoje viesse aqui o presidente da República, ou uma pessoa muito importante, certamente todos ficaríamos perto dele para saudá-lo. Quando vamos à missa, ali está o Senhor. Mas estamos distraídos. Mas, padre, as missas são chatas. A missa não, os sacerdotes! Então eles devem se converter.

O Pontífice fez algumas perguntas às quais pretende responder como, por exemplo: por que se faz o sinal da cruz e o ato penitencial no início da missa? “Vocês já viram como as crianças fazem o sinal da cruz? Não se sabe bem o que é se é um desenho… É importante ensinar as crianças a fazerem o sinal da cruz, pois assim tem início à missa, a vida, o dia.”

E as leituras, qual o seu significado? Ou por que, a certo ponto, o sacerdote diz ‘corações ao alto? “Ele não diz celulares ao alto para tirar foto! Não! Fico triste quando celebro e vejo muitos fiéis com os celulares ao alto. Não só os fiéis, mas também sacerdotes e até bispos. A missa não é espetáculo, é ir ao encontro da paixão e ressurreição do Senhor. Lembrem-se: chega de celulares.

“Através dessas catequeses, concluiu o Papa, gostaria de redescobrir com vocês a beleza que se esconde na celebração eucarística e que, quando desvelada, dá pleno sentido à vida de cada um de nós. Que Nossa Senhora nos acompanhe nesta nova etapa do percurso.”

Sobre a Santa Missa

Santo Inácio de Antioquia

“Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé”.

São João Crisóstomo

“A Eucaristia dá-nos uma grande inclinação para a virtude, uma grande paz e torna mais fácil o caminho para a santificação”.

São Bernardo de Claraval

“Fica sabendo, ó cristão, que mais se merece assistir devotamente uma só Missa (na igreja), do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a Terra”.

São Tomás de Aquino

“O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece à Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor. A Eucaristia é o milagre supremo do Salvador; é o Dom soberano do Seu amor.”

São João Maria Vianney

“Agradeçamos, pois, ao Divino Salvador por Ter nos deixado este meio infalível de atrair sobre nós as ondas da divina misericórdia. A Santa Missa é uma embaixada à Santíssima Trindade; de inestimável valor; é o próprio Filho de Deus que a oferece.”

Santo Agostinho

“Na hora da morte, as Missas à que houveres assistido serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa, é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Missa, pode diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor’.

São Francisco de Assis

“Sinto-me abrasado de amor até o mais íntimo do coração pelo santo e admirável Sacramento da Santa Eucaristia e deslumbrado por essa clemência tão caridosa de Nosso Senhor, a ponto de considerar grave falta, para quem, podendo assistir a uma Missa, não o faz.”

São Jerônimo

“Nosso Senhor Jesus Cristo nos concede tudo o que Lhe pedimos na Santa Missa; e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-Lhe e que, entretanto, nos é necessário. Cada Santa Missa a que assistires, alcançar-te-á, no Céu, maior grau de glória.”

Santa Teresinha do Menino Jesus

“Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias”.

Conclusão

A eucaristia não é show e nem espetacularização para multidões, não é ideologia partidária para ações políticas, não é exibição para elite das colunas sociais, não é agregação cultural sectária e nem tão pouco um culto individualista com retorno capitalista.

Afirmou o Bem-aventurado Charles de Foucauld: “A Eucaristia é Deus conosco, é Deus em nós, é Deus que se dá perenemente a nós, para amar, adorar, abraçar e possuir”.

Sobre o sacerdote ele disse: “O sacerdote é um ostensório, seu dever é mostrar Jesus. Ele tem de desaparecer para deixar que só se veja Jesus…”.

Já pela eucaristia vivemos a celestialidade, adoração a Santíssima Trindade e as delícias de louvores da corte angelical.

Frei Inácio José do Vale
Professor e Conferencista
Irmãozinho da Fraternidade de Charles de Foucauld
E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com

Fontes:

http://br.radiovaticana.va/news/2016/05/26/papa_eucaristia,_centro_e_forma_da_vida_da_igreja/1232722

http://girototal1.blogspot.com.br/2015/11/origem-da-hostia-consagrada.html

http://cleofas.com.br/o-que-os-santos-disseram-da-eucaristia-e-da-missa/

Inácio José do VALE: Pedagogia da Oraçâo

Orai sem cessar (1Ts 5,17). Atitude piedosa na prática do amor para com Deus e para o bem da humanidade.

Lugar, tempo, literaturas (principalmente a Bíblia), silêncio, deserto, meditação, símbolos, música e a direção espiritual. A pedagogia da oração é progressiva e abissal. Jamais se deve aprisionar por disciplinas rígidas, frias, letras mortas, ritos e liturgias espetaculares, no entanto, sem a luz e o fogo do Espírito Santo, tudo se torna teatro. Se educar na pedagogia da oração é viver a mais alta ciência da alma na felicidade imanente e transcendente. “A oração é algo que requer aprendizado e disciplina”, escreveu o renomado mestre da espiritualidade cristã Henri Nouwen (*).

Oração, adoração, coração e razão são conexões que fundamentam a qualidade de vida: psíquica, física e espiritual. Antes de qualquer ensino ou prática sobre a oração, sabemos radicalmente que o Emanuel está sempre conosco. Em tudo prevalece a sua onipotência diante da nossa impotência. Do Senhor Deus recebemos o dom graça e a fé para o diálogo de amor, fortaleza e numa amizade sem fim.

“Peço-vos, por favor, que façais esta experiência: todos os dias uma oração”. “Assim se vence, deste modo iremos por este caminho da santidade e da perfeição”, disse o Papa Francisco na visita à paróquia romana de Santa Maria Josefa no bairro de Castelverde, domingo, 19 de fevereiro de 2017.

Orar sempre e nunca desanimar

A oração é uma das principais formas de desenvolver intimidade com Deus. A oração de um justo é poderosa e eficaz, e ela é uma das principais armas de todo aquele que crê. Nosso Pai celestial deseja derramar sobre nós a plenitude de Suas bênçãos. É nosso privilégio beber em grande medida da fonte de amor ilimitado. Está escrito em Hebreus 4,16: “Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno”. O bom Deus está atento à oração dos seus filhos. Somos abençoados e felizes porque Deus sempre ouve a oração daqueles que se aproximam com humildade e todo seu ser entregue a Ele.

Medite nesses versículos:

“Ó tu que ouves a oração, a ti virão todos os homens” (Sl 64,1-3).

“Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (Mt 7,7-8).

“E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão” (Mt 21,22).

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5,16).

Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar. Ele disse: “Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os homens. E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’. “Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha mais me importunar’ “. E o Senhor continuou: “Ouçam o que diz o juiz injusto. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu digo a vocês: Ele lhes fará justiça e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” (Lc 18,1-8).

Conclusão

Santo Agostinho pode nos ajudar: “Na verdade, louvamos a Deus agora que nos encontramos reunidos na igreja. Mas logo, ao voltarmos para casa, parece que deixamos de louvar a Deus. Não deixes de viver santamente e louvarás sempre a Deus. Deixas de louvá-lo, quando te afastas da justiça e do que lhe agrada. Mas se nunca te desviares do bom caminho, ainda que a tua língua se cale, tua vida proclamará; e o ouvido de Deus estará perto de teu coração. Porque assim como nossos ouvidos escutam nossas palavras, assim os ouvidos de Deus escutam nossos pensamentos”. (Liturgia das Horas II, p. 779-780).

Há várias modalidades da pedagogia da oração. A oração monástica é, sem dúvida, em nossa Igreja, a mais vivida e a mais profunda. Muitos mestres de oração foram surgindo na História da Igreja como: Santo Antão, São Bento, São Basílio Magno, São João Crisóstomo, Santo Agostinho, Santa Mônica, São Bruno, São Francisco de Assis, Santa Clara, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa d’Àvila, São João da Cruz, Santa Margarida de Alacoque, Santa Teresinha do Menino Jesus, Beata Elena Guerra, Bem-aventurado Charles de Foucauld e São Pio de Pietrelcina. Não poucos de nossos contemporâneos redescobriram a oração através do Movimento da Renovação Carismática, Oficina de Oração, Centro de Meditação Cristã e Casas de Retiros Espirituais.

A Palavra de Deus é cheia de narrativas que descrevem o poder da oração em várias situações. O poder da oração vence os inimigos (Sl 5,9-12), venceu a morte (2 Reis 4,3-36), trouxe a cura (Tg 5,14-15) e derrotou demônios (Mc 9,29). Deus, através da oração, abre os olhos, transformam corações, cura as feridas e dá sabedoria (Tg 1,5). O poder da oração nunca deve ser subestimado porque ela se sustenta da glória e do poder do Deus infinitamente onipotente! Daniel 4,35 declara: “Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”. ”

A pedagogia da oração dá sentido à vida e a plenitude na caminhada para eternidade.

Frei Inácio José do Vale
Professor e conferencista
Sociólogo em Ciência da Religião
Formador do Instituto dos Irmãozinhos da Visitação de Charles de Foucauld
E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com

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(*) Nouwen, Henri. J.M. Direção espiritual: sabedoria para o caminho da fé. 2ª. Ed. Petrópolis, RJ. Voves, 2008, p. 93.

PDF: PEDAGOGIA DA ORAÇÃO