A Revisâo da Vida, escola de fraternidade. Manuel POZO OLLER

Retiro da Fraternidade Sacerdotal
Iesus Caritas da Espanha
Galapagar, Madrid, agosto 2022

I O que diz o Diretório?

«É, sobretudo, na Revisão da Vida que a fraternidade exerce a sua função de regra de vida. Fala-se muito de revisão de vida, mas indicando diferentes realidades: diferentes intercâmbios, estudos evangélicos, revisão de vida apostólica. Para nós, em fraternidade, a Revisão de Vida é um ato de fé comum, no qual partilhamos acontecimentos, inquietações, esperanças e decepções, uma leitura comum da vida para descobrir nela os apelos do Senhor (…)
O Life Review é, antes de tudo, um olhar contemplativo sobre a ação do Espírito Santo em nossas vidas. E, ao mesmo tempo, é o meio de uma conversão permanente que deve chegar também ao melhor de cada um, estar sempre disponível aos apelos do Senhor, precisamente ali onde não eram esperados, onde não tínhamos visto nem ouvido ele até agora. A Revisão de Vida nos ajuda a descobrir o Senhor que é sempre maior, sempre diferente e até desconcertante para nós.
Há uma unidade de processo entre a Revisão de Vida e os demais meios da Fraternidade. A Revista de Vida é preparada de preferência no deserto, sempre em oração e, se possível, por escrito. É melhor não fazer do que improvisar. Supõe um clima de oração, escuta da Palavra de Deus, atenção recíproca. Não há necessidade de temer momentos de silêncio. Devemos ter a coragem de questionar uns aos outros, com delicadeza, mas com franqueza, sem medo de tensões e possíveis confrontos. A falsa amizade é a morte das verdadeiras revisões de vida e, portanto, da fraternidade.
Fazer uma Revisão de Vida implica o compromisso de cada um de realizar juntos os chamados recebidos. Cada um deve sentir-se responsável e solidário com os outros.
Uma autêntica Revisão de Vida pode nos apresentar ao mistério da morte e ressurreição de Cristo operando em nós. E, às vezes, nos levará ao sacramento da reconciliação”.

II Compreender a RV como escola de escuta, discernimento e fraternidade

Junto com a adoração, é o ponto forte do Retiro.
Seu objetivo é nos ajudar a ter uma visão contemplativa da vida, da realidade. Veja a vida pelos olhos de Deus.
Não é uma mera técnica de reunião fraterna ou de grupo. Procure educar um coração contemplativo.
Não é, portanto, nem confissão nem direção espiritual. nenhuma ferramenta para entender ou interpretar na vida dos homens
Se trata de:
1. Uma forma de buscar a presença do Espírito Santo em nossas vidas, falando com nossos irmãos para que, a partir da busca, eles possam nos ajudar a encontrar a vontade de Deus. Não é pedir conselhos, mas discernir juntos. O RV é preparado em adoração e silêncio
2. Um modo de ler o Evangelho na vida dos homens e um modo de ler o Evangelho na Igreja. Leia nos fatos, e em grupo, os movimentos do Espírito.
3. Um encontro com Jesus hoje, um Jesus que vive nas realidades do mundo e dos homens de hoje.
4. Uma pergunta sobre o meu modo de ser e viver, através do que os outros vivem.
5. Uma participação fraterna na vida dos irmãos.

Como se prepara?
Ele se prepara em adoração e silêncio. Um tempo de silêncio em que se misturam fatos da vida e adoração.

III Vida fraternal e RV

Na Fraternidade, a VR deve ser também para compartilhar o modo como a releitura da vida nos remete às intuições de Charles de Foucauld e da Fraternidade: adoração, Evangelho, solicitude pelos pobres e ser irmãos, como Jesus.

* Seu fundamento teológico é a experiência bíblica que o Senhor está compartilhando com seu povo e com aqueles que formam sua própria história, fazendo da história de cada um uma história de salvação. Esse olhar contemplativo nos ajudará a aprender a ver a dupla face de cada situação. Há um primeiro aspecto que vemos, e ao fundo um toque de Deus.
* Além de ser o material que contemplamos contemplativamente, é o meio de uma conversão permanente. Sempre que vamos à RV, vamos em atitude de conversão, prontos para ver que parte de nós tem que mudar, a dos outros, para ajudá-los a ler o caminho.
* Viver o RV juntos é viver uma experiência de Deus, enorme, através das situações que estamos apresentando no RV: estamos vendo a providência de Deus e sua amizade.
* É por isso que às vezes provoca uma ação de graças. Outros, um pedido de perdão, ou um pedido de ajuda para realizar o que vemos.
* As palavras são tão importantes quanto os silêncios. Sem pressa. Há silêncios interessantes, de um ou do grupo, para respeitar, interiorizar, pedir ajuda, deixar penetrar o que ouvimos. Devemos respeitar o ritmo que a comunicação séria exige de nós.

Manuel POZO OLLER, fraternidade da Espanha

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DIRETÓRIO BRASILEIRO E ESTATUTO CANÔNICO DA FRATERNIDADE

APRESENTAÇÃO DA TERCEIRA EDIÇÃO BRASILEIRA

Esta edição do Diretório da Fraternidade Sacerdotal, em língua portuguesa, surge como uma necessidade. A primeira edição foi publicada logo após a Assembleia de Montefiolo, em 1976. A segunda edição, de 1996, foi organizada pelo Cônego Celso Pedro, após o encontro de Ubatuba em 1994. Além do Diretório, trouxe também o Estatuto Canônico da Fraternidade. Esta terceira edição atualiza a anterior, apresentando uma revisão e adequação necessárias, conforme as alterações das últimas Assembleias Gerais.

Este texto que você tem em mãos passou por três momentos: primeiro, Padre Jaime François Jongmans traduziu o Diretório a partir da edição francesa e o apresentou ao Conselho da Fraternidade em 2019; depois Padre Carlos Roberto dos Santos o sincronizou com a edição espanhola, e incluiu o texto atualizado do Estatuto de 1994. Padre Manoel Godoy fez a revisão final e o texto foi aprovado pelo Conselho da Fraternidade em 2020.

O primeiro capítulo foi escrito pelo Padre Tony Philpot, a pedido da Assembleia Geral de Paris, em 2012, diante de um mundo tão mudado nos últimos tempos. Ele apresenta um itinerário da vida na Fraternidade aos padres em nosso contexto atual.

O segundo capítulo é o Diretório. O mesmo proposto na Assembleia de Montefiolo em 1976. No entanto, incorpora alguns textos aprovados na Assembleia Geral da Argélia, em 1982, tal qual foi feito na edição francesa de 1994. A Assembleia Geral de Paris, em 2012, confirmou que o atual Diretório continua sendo a referência para a Fraternidade do mundo inteiro.

O terceiro capítulo apresenta o Estatuto Canônico da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas, atualizado conforme o texto definitivo de 1994. Pouca coisa foi alterada.

Você pode ler o documento (PDF) no próximo link: DIRETÓRIO BRASILEIRO e ESTATUTO CANONICO