THE EASTER OF OUR BROTHER HOWARD CALKINS

Monsignor Howard Calkins
June 11, 1940 — April 14, 2017

Fr. Sammy Taylor has reported that one of the giants of our fraternity, Howie Calkins, has died. Howie had been an early leader of the fraternity on the East Coast and had served as our National Responsible from 1979 through 1985. For the past few years, his Good Friday and participation in the Paschal Mystery have been experienced through the fog of Alzheimer’s. Praise God his Easter has come and it is time for him to now enjoy new and everlasting life.

Msgr. Howard Calkins, who had served as pastor of Sacred Heart parish, Mount Vernon, beginning in 1996, retired on November 1, 2012. Howie had also served as regional vicar of the South Shore Vicariate from 1997 until 2010. He was pastor of St. Joseph of the Holy Family parish, Harlem, 1982-1995 where his Funeral Mass will most likely take place. He was co-pastor of St. Jerome’s, the Bronx, 1980-1982. He also served as parochial vicar of the following parishes: St. Charles Borromeo, Harlem, 1996; Corpus Christi, Manhattan, 1976-1980; St. John’s, Kingsbridge, the Bronx, 1971-1976; and St. Matthew’s, Hastings-on-Hudson, 1967-1971. He was ordained in 1967 and named a monsignor in 1990.

PDF: Howard CALKINS

A decadência da figura do padre (Inácio José do VALE)

Em Milão, o Papa Francisco afirma que Igreja Católica tem de ser capaz de “encarar os desafios de frente”.

“A Igreja precisa sempre ser restaurada porque é feita de todos nós, que somos pecadores. Deixemo-nos sermos restaurados por Deus, por sua misericórdia. Deixemo-nos limpar nossos corações, disse o pontífice. Respondendo sobre a secularização e a sociedade multiétnica, multirreligiosa e multicultural de Milão, Francisco disse que uma das primeiras coisas que lhe vem em mente é a palavra “desafio”. Todas as épocas históricas, desde o início do cristianismo, foram submetidas a numerosos desafios, tanto na comunidade eclesial como na social. Não devemos temer os desafios, aliás, é bom que existam, porque são sinais de uma fé e de umas comunidades vivas que buscam o Senhor. Devemos temer quando uma fé não representa um desafio; elas fazem com que a fé não se torne ideologia. A Igreja, em toda a sua história, sempre teve algo para nos ensinar em relação à cultura da diversidade: as dioceses, os presbíteros, as comunidades, as congregações”, afirmou o Papa Francisco. (Milão, 25/03/2017).

Depois de Cinco Séculos Declina a Figura do Padre

“O declínio quantitativo das ordenações desenha, há dois séculos, uma curva descendente diante da qual se fecham os olhos, especialmente aqueles que estão sob uma mitra episcopal”.

O comentário é de Alberto Melloni, professor da Universidade de Modena-Reggio Emilia e diretor da Fundação de Ciências Religiosas João XXIII, em Bolonha, em artigo publicado por La Repubblica, 22/03/2017. A tradução é de Ramiro Mincato.

Alguns grandes ciclos históricos terminaram com eventos estrondosos. Outros, ao contrário, encerraram-se quase despercebidamente, embora não menos importantes do que aqueles aos quais a ereção de um monumento ou uma linha de texto num manual escolar concedem eterna glória. No silêncio exauriu-se um grande ciclo: a do padre. Esta formidável invenção do século XVI, que moldou a cultura e a política, a psicologia e a vida interior, a arte e a teologia do Ocidente e das suas antigas colônias não desapareceu (são cerca de 420 mil padres no mundo), mas, há mais de três séculos, está em crise: na Itália, em noventa anos passamos de 15 mil para cerca de 2.700 seminaristas.

Claro que fatores extrínsecos têm algum peso: amanhã a desgraça da pedofilia que a lente da mídia faz parecer um crime específico dos padres; ontem, a preguiça das autoridades em discutir o celibato eclesiástico; hoje, a simonia soft que remunera presenteando dioceses – prêmios dados para quem “fabrica” padres numerosos ou vistosos. Conta ainda nesta fase histórica a reverberação sobre o clero da queda das qualidades intelectuais das classes dirigentes às quais pertencem tanto aqueles que escolhem o sacerdócio como aqueles que o conferem. A questão se encrava ainda mais profundamente na história.

O padre que conhecemos tem data precisa de nascimento: o Concílio de Trento, concluído em 1563. E o enorme esforço com o qual tentou marcar uma cesura (contestada pelos protestantes que, em vez, acusavam a Igreja Católica de continuidade com o abuso) da reforma de Lutero. Tarde, mas com coragem, o Concílio tentou inventar remédios desconhecidos: impôs, por exemplo, aos bispos a residência na diocese, impedindo-os de assídua frequência à corte papal. E inventou o padre: este, caçoado pela literatura e pelo cinema, o homem feito sábio somente pelos insucessos, santificado pelo peso institucional daquilo ao qual se doa.

O zelo eclesiástico em condenar tudo a que se pode colar o sufixo “ismo”, empobrece suas leituras e torna-o estranho aos “seus”, que se tornam, de repente, “distantes”. A perda do papel e a negligência afetiva o expõe ao pior: da insípida exaltação do celibato que aprisiona a sexualidade em busca de sublimação até atrair ao presbiterato pessoas não resolvidas, ou mesmo doentes. Sua qualificação torna-se o nome de um vício nunca combatido suficientemente: o clericalismo.

Solidão e Sexo Virtual

De acordo com o teólogo e psicoterapeuta Wunibald Müller, os padres se sentem cada vez mais sozinhos. Por isso, é justo que eles possam viver em uma comunidade, se se quiser ajudá-los.

Em uma carta aberta, alguns padres da diocese de Colônia, por ocasião do 50º aniversário da sua ordenação presbiteral, põem em discussão a obrigatoriedade do celibato para o clero católico. Um dos motivos citados por eles é a solidão. O Dr. Wunibald Müller se ocupou por 25 anos de padres em crise na Recollectio-Haus, em Münsterschwarzach. Ele explica como os padres vivem em solidão e as suas consequências. Diz ele: “Esse vazio, por parte de alguns padres, é substituído por um excesso de comidas e bebidas. Outra compensação é a do sexo virtual na internet, que, nos últimos anos, aumentou entre padres e colaboradores eclesiais”. (Reportagem de Christian Wölfel, publicada no site Domradio, de 15/01/2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto).

A Luta dos 90.000 Padres Casados da Igreja Católica

Dos sacerdotes casados no último meio século (desde o Concílio Vaticano II, em 1965), se disse que eram desertores. De uma década para cá aparecem como profetas. Em todo o mundo existem cerca de 90.000, dos quais pouco mais de 6.500 são espanhóis. São muitíssimos, se considerarmos que a Igreja romana tinha 413.418 sacerdotes (19.058 na Espanha) no ano passado, além de um grave problema de vocações. Com o número de católicos que conta o Vaticano (1,214 bilhão), a relação entre pastores e ovelhas (segundo a terminologia usual) é preocupante, de acordo com estimativas do próprio papa Francisco: 2.939 paroquianos por sacerdote e 236.555 por bispo. Essa é a primeira análise do Congresso Internacional da Federação Europeia de Padres Católicos Casados, que acontece neste fim de semana no centro de congressos Fray Luis de León, Guadarrama (Madri).

A Europa é o continente em que mais se vê a crise do catolicismo. “Uma vinha devastada pelos javalis do relativismo”, disse em 2010 o papa emérito Bento XVI. À diminuição das vocações sacerdotais, se junta um decréscimo de 9% dos padres ativos e o envelhecimento dos clérigos restantes (66 anos de média de idade). Os padres casados são a solução, ou melhor, a solução seria decretar o celibato opcional, não obrigatório, como fizeram outras religiões cristãs, e até mesmo abrir o sacerdócio para a mulher, como as igrejas protestantes? Francisco tem essas opções sobre a mesa. Ele mesmo reconheceu que a flexibilização das leis do celibato é uma porta aberta, descartando radicalmente, por outro lado, a ordenação de mulheres. Ele disse isso em abril de 2014, forçado por declarações prévias de seu secretário de Estado, o arcebispo Pietro Parolin, que haviam causado um curioso sobressalto midiático. “O celibato obrigatório não é um dogma da Igreja e pode ser discutido porque é uma tradição eclesiástica”, disse o primeiro-ministro do Papa. (Reportagem de Juan G. Bedoya, publicada por El País, 01/11/2015).

O sistema religioso vivido em nossa era é o mais terrível em toda história da humanidade. Provam o número de martírios, o terrorismo do fundamentalismo religioso, o ateísmo, a desconstrução do sagrado, o interesse econômico da teologia da prosperidade, e espetacularização de figuras religiosas nos palcos da luxúria, os cismas continuam e seus mentores excomungados, líderes religiosos ídolos do poder, tradicionalismo ante-evangélico e a patologia nos altares e nos púlpitos. A falta de amor e de comunhão no campo eclesial é um câncer. No confronto dessa era tão tenebrosa e seus desafios, é importante a humildade, a ternura, a mente epistemológica, o coração tomado pelo fogo do Espírito Santo para construir soluções para o bem da Igreja, do seu clero, dos seus fiéis e da humanidade.

Frei Inácio José do Vale
Psicanalista Clínico
Professor e Conferencista
Sociólogo em Ciência da Religião
Irmãozinho da Visitação de Charles de Foucauld
E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com

Fontes:

PDF: A Decadência da Figura do Padre

Carta de Jean François e Aurelio, Vernon, março 2017 em holandês

Lieve Broeders,

we zijn deze week samengekomen om te werken voor de Priesterfraterniteit die ons allen verbindt.

We hebben de personen opgeroepen die in het hart staan van onze bekommernissen en die ons motiveren voor de dienst die we samen aannemen: namelijk elkeen van jullie.

In dit kleine Nazareth Vernon, in het huis van onze broeder François MARIN, die ons ontvangt als een vader, brengen wij God dank voor de broeders die jullie voor ons zijn.

Dank, François voor de gastvrijheid die je broederlijk aanbiedt aan de pelgrims die wij zijn.

Dit werk hebben we toegespitst op het herlezen van het leven van onze fraterniteiten.

Wij hebben gedialogeerd en onze meningen en bekommernissen gedeeld om te pogen een antwoord te brengen omtrent de vragen die het leven van onze fraterniteit aanbelangen in de onmiddellijke toekomst:

– de Europese bijeenkomst van de fraterniteiten in Polen deze zomer (Rudy)
– de Wereldbijeenkomst in Indië januari 2019 (Bangalore)
– het bilan van onze activiteiten in 2016 voor de Congregatie van de Clerus in het Vaticaan
– het lanceren van de Fraterniteit in Haïti
– het project om de verantwoordelijken van de verschillende takken van de spirituele Foucauldfamilie te ontmoeten in Aachen, april 2017
– de echo’s van het Jubileumjaar t.g.v. de Honderdste verjaardag van de zalige Charles de FOUCAULD die ons bereiken uit verscheidene landen
– de zorgen omtrent de gezondheid van onze broeder uit Madagaskar Felix
– onze vreugde het herstel te zien bij het verlaten van het ziekenhuis van Suso (Fraterniteit van Madrid, Spanje) na zijn chirurgische ingreep

Maandag 6 maart hebben we een uitwisseling gehad met de verantwoordelijken van de regio Île de France en Normandië (Yves de MALLMANN, Joseph JOURJON, Louis YON en Xavier CHAVANE).

Het was goed elkaar te ontmoeten om de werkelijkheid van het leven en de zorgen van onze fraterniteiten centraal te plaatsen.

Wij erkennen dat wij de ‘doortocht’ in onze Europese Fraterniteiten die steeds maar verouderen, beleven als een echte ‘Nazareth’-tijd.

Het weze een krachtige oproep om deze ‘passage’ hoopvol door te maken om in liefde de tijd van verouderen te beleven in de spiritualiteit van Nazareth. En dit terwijl wij met realisme vaststellen dat er nog weinig jongeren tot onze fraterniteiten toetreden.

Deze tijd dienen wij in eenvoud te beleven en in trouw, om ten einde toe te getuigen van het geloof dat ons bezielt. En dit in een Europa dat de neiging heeft zich terug te plooien op zichzelf, dat weigert vreemdelingen en vluchtelingen te onthalen en dat bang is. Deze angsten vertalen zich in het stijgen van populistische en reactionaire bewegingen.

Vóór alles, in de lijn van paus Franciscus, zijn wij geroepen om door ons leven de universele broederschap te manifesteren die broeder Charles ons nalaat en het missionair charisma van onze priesterfraterniteit Jesus Caritas.

Wij geloven dat de dialoog met de moslims in Europa mogelijk is! Wij beleven die ook in verschillende christelijke gemeenschappen door concrete acties waarbij we elkaar ontmoeten en nabij zijn. De vooroordelen en de bekoringen om in de andere een bedreiging te zien, moeten een voor een vallen. Bijvoorbeeld, in Frankrijk, in sommige volksbuurten, zijn een derde van de inwoners moslim. Wij dienen te leren om samen te leven en om te dialogeren met de werkelijkheid zoals ze zich presenteert.

Dinsdag 7 maart hebben wij in het logement van Jean-François bezoek gekregen van Jacques Gaillot, bisschop van Partenia, lid van onze fraterniteit. Hij is van Parijs gekomen om te participeren aan ons werk. De tijd die we met hem mochten doorbrengen vanaf zijn komst in het station te Vernon tot aan zijn vertrek is een echt geschenk geweest. In de uitwisselingen hebben we kunnen profiteren van zijn wijsheid om te verdiepen hoe we priester kunnen zijn in deze moeilijke tijd, hoe we kunnen blijven openstaan voor hoopvolle dingen en hoe we ons bereid kunnen maken ons te bevrijden van onze zekerheden en van ons Westers comfort… Dank je wel, Jacques dat je er was om jouw levensgetuigenis en je gegeven zijn aan Christus met ons te delen.

Woensdag 8 maart in de namiddag zijn we naar Michel Pinchon getrokken in het pastorij van Gouville. We troffen hem sterk aan, in goede gezondheid. Wij hebben kunnen vaststellen dat zijn huis open blijft voor heel veel bezoeken van mensen uit zijn dorp en verder en dat hij op een edelmoedige wijze zijn ervaringen en wijsheid deelt. We hebben ’s avonds in Dammier het avondmaal genoten met Jan-Louis Rattier, lid van de fraterniteit met Jean-François en de hebben deelgenomen aan een bijeenkomst met mensen uit zijn parochie om na te denken over het Woord van God. Zo konden we delen in zijn dagelijkse pastorale ervaringen. Het is altijd een genade te mogen delen in de Nazareth-ervaring in een christelijke gemeenschap met een broeder van de Fraterniteit, om het leven te beluisteren van de christenen en hun gemeenschap met Christus.

We hebben ook het werk gewaardeerd van Fernando TAPIA, van Jean-Michel BORTHEIRIE en van Manuel POZO in Almera, Spanje, om een document te maken over de ‘Nazarethmaand’. Dit document zal bestudeerd worden en goedgekeurd in de Bijeenkomst van Bangalore. Dank aan deze broeders die op die wijze beantwoord hebben aan de vraag van de Internationale Equipe.

Wij herinneren er meteen nog eens aan dat wij rekenen op de bijdrage van alle regionen om het budget te spijzen voor de internationale Equipe en dit vooral met het oog op de Wereldbijeenkomst in Bangalore, januari 2019. Voor wie het aangaat, wil de Internationale Equipe deze ontmoeting voorzien tegen een betaalbare prijs.

Heel veel dank voor de fraterniteiten die hun bijdrage met edelmoedigheid reeds hebben in orde gebracht.

Onze webstek iesuscaritas.org staat open voor alle fraterniteiten. Wij hopen dat jullie artikelen sturen, nieuws en het aankondigen van de toekomstige initiatieven om ze in de ‘agenda’ aan te plaatsen. Het is een manier om elkaar wederzijds nabij te zijn. Wij vinden het belangrijk dat onze fraterniteiten plaatsen zijn waar wij vernemen hoe we missionair kunnen zijn binnen onze diocesane priestercorpsen.

Op deze plaatsen waar we parochies, hospitalen, gevangenissen, onthaal voor vreemdelingen (verjaagd uit hun landen door oorlog of armoede) en plaatsen van solidariteit met de meest bedreigden van onze samenleving terugvinden, bewaren wij de geest van het appel van Broeder Charles om de ‘laatsten’ te vervoegen. Want het is met hen dat wij de Christus ontmoeten. Er is geen open spiritueel leven mogelijk zonder een edelmoedig en barmhartig hart.

Paus Franciscus nodigt er ons dringend toe uit: « Laten naar buiten treden om aan allen het leven van Jezus Christus aan te bieden… Ik verkies een gehavende Kerk, gekneusd en vuil omdat ze de straat is opgegaan, eerder dan een Kerk die ziek is omdat ze in zichzelf zit opgesloten, gehecht aan het comfort van haar eigen zekerheden. … Meer dan de vrees ons te vergissen, hoop ik dat we bezield blijven door de vrees opgesloten te zitten in structuren die ons een valse bescherming geven, in normen die ons tot onverbiddelijke rechters maken, in gewoontes waarin we ons comfortabel voelen, terwijl er buiten een uitgehongerde menigte wacht en Jezus maar voor ons blijft herhalen: “Jullie moeten hun te eten geven” Mc 6,37).” (De Vreugde van het evangelie, nr. 49).

Vanuit Vernon wensen we jullie een heilzame vasten en een mooie weg naar Pasen toe met Jezus en met je broers en zussen waarmee je tocht bent.

Jean-François en Aurelio

Vernon, Normandië, Frankrijk, 10 maart 2017

PDF: Brief van Jean François en Aurelio, Vernon, maart 2017, neer

América Latina e suas misérias

No domínio da atualidade política internacional, o Papa Francisco assinalou que “o populismo é mau e acaba mal”, especialmente quando é entendido, à semelhança do que acontece na América do Sul, como “usar o povo” (1).

A insegurança é o grande tema político em quase toda a América Latina. Tornou-se um dos principais assuntos em praticamente todos os países. Quase 135.000 pessoas foram assassinadas no ano de 2015 na América Latina e no Caribe, segundo cifras do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que organizou uma reunião de especialistas durante uma semana em Buenos Aires. Essa violência e seu combate têm um custo de cerca de 120 bilhões de dólares (384 bilhões de reais) por ano, o que equivale a 200 dólares (640 reais) por habitante. Tanto que a América Latina poderia ter um PIB per capita 25% maior se alcançasse cifras de insegurança semelhantes às do resto do mundo (2).

“Região mais desigual do mundo, a América Latina continua sendo a mais violenta. Se a insegurança reflete a brutalidade dos índices sociais de países devastados pelo neoliberalismo, ela também sublinha o fracasso de governos progressistas, muitas vezes envolvidos em corrupção”, escrevem Carlos Santiso e Nathalie Alvarado (3).

América Latina, uma região ignorada na campanha presidencial americana

Após mais de um ano de discursos e debates, a campanha presidencial nos Estados Unidos chegou ao fim sem que nenhum candidato tenha expressado uma ideia geral sobre a forma como o futuro governo se relacionará com a América Latina.

Esta região do mundo com uma população de mais de 600 milhões de pessoas e que possui laços históricos e comerciais com os Estados Unidos foi praticamente ignorada na campanha, com a notável exceção das grosserias proferidas por Donald Trump. Em determinados momentos, especialmente nos debates, o candidato republicano e sua rival, Hillary Clinton, falaram até cansar sobre a catástrofe na Síria, o futuro do Iraque, as relações entre israelenses e palestinos ou o que fazer com Rússia e Irã.

Mas a crítica situação humanitária no Haiti, o êxodo migratório centro-americano, a consolidação de um processo de paz na Colômbia, a interminável crise política na Venezuela, a instabilidade no Brasil ou a proximidade com o novo governo na Argentina foram temas sequer mencionados por Trump ou Hillary.

Apenas o México conseguiu um lugar privilegiado na campanha, e da pior forma possível. Trump lançou sua candidatura ditando o tom de sua postura sobre os imigrantes, ao dizer que muitos mexicanos eram estupradores e que se propunha a construir um gigantesco muro na fronteira com o México. Trump também propôs revisar todos os acordos comerciais dos Estados Unidos – em especial o que o país mantém com Canadá e México -, outra declaração que acendeu o alerta no subcontinente.

– Reversão em Cuba – Durante um ato na Flórida, Trump afirmou que pretende reverter o curso da política de reaproximação com Cuba, iniciada pelo presidente Barack Obama em 2014, mas sua visão política da região não passou disso. No fim de agosto, o governo do México arriscou ao convidar Trump e Hillary para reuniões, talvez com a esperança de que a candidata democrata aceitasse o desafio e que o polêmico milionário o rejeitasse.

A aposta não poderia ter sido mais desastrosa: Hillary simplesmente ignorou o convite e Trump terminou fazendo uma coletiva de imprensa junto ao presidente Enrique Peña Nieto, como se fossem dois presidentes em exercício. A poucos dias da eleição, o site oficial da campanha de Hillary inclui uma versão em espanhol, mas em nenhum lugar é explicada a visão de política externa de uma candidata presidencial que já foi secretária de Estado.

Enquanto isso, o site da campanha de Trump inclui uma seção sobre política externa, mas ela está dedicada a temas como a necessidade de derrotar o grupo Estado Islâmico e “vencer a ideologia terrorista do radicalismo islâmico”.

Para Michael Shifter, presidente do Inter America Dialogue, em Washington, este quadro é resultado de uma campanha “que esteve vazia de ideias políticas e que foi impulsionada por slogans e frases de efeito”.

Por sua vez, Lisa Haugaard, do centro Latin America Working Group (LAWG, em Washington), concordou que “não ocorreram, na realidade, discussões profundas e sofisticadas sobre nenhum tema de política externa nesta campanha”. Inclusive as discussões sobre outras regiões do país comentaram a especialista, abordaram a discussão do ângulo das ameaças aos Estados Unidos, e não do ponto de vista da diplomacia.

– O vácuo ou a continuidade -No entanto, esta ausência de discussão não é necessariamente uma coisa a ser lamentada. Para Shifter, “diante da sordidez e do baixo nível da campanha, a maioria dos governos da América Latina deve estar aliviado por ficar de fora do radar e não ter atraído às atenções” (4).

Os recursos financeiros gerados pela atividade superam o PIB (Produto Interno Bruto) de vários países juntos, mas muitas vezes o dinheiro é usado para manutenção do crime, financiar guerrilhas e conflitos ideológicos. A desigualdade é fruto de uma política que confere para si e para o grupo o capital e não administrado em prol do povo. O tráfico favorece a corrupção, a violência, a prostituição e uma infinidade de problemas que faz parte da realidade de grande parte dos países latinos. Não podemos esquecer a exploração do sistema religioso por falsos líderes religiosos que manipulam e escravizam seus adeptos com promessas enganosas. Tudo isso aumenta muita mais a pobreza, a infelicidade e as doenças do corpo e da mente.

Frei Inácio José do Vale
Professor e conferencista
Sociólogo em Ciência da Religião
Formador dos Irmãozinhos da Visitação da Fraternidade de Charles de Foucauld
E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com

Notas:
(1) http://www.snpcultura.org/papa_fala_de_homens_casados_celibato_crises_de_fe_cristicas_e_populismos.html
(2) http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/26/internacional/1474909844_140495.html
(3) http://diplomatique.org.br/inseguranca-endemica-na-america-latina/
(4) http://pt.aleteia.org/2016/11/06/america-latina-uma-regiao-ignorada-na-campanha-presidencial-americana/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=daily_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt

Orientações gerais para o mês de Nazaré

Fernando Tapia Miranda, pbro.
Responsável Panamericano de IESUS CARITAS.

A I Assembleia Panamericana de nossa Fraternidade Sacerdotal realizada a Cuernavaca, México, em fevereiro do 2015, propôs á Equipe Internacional “convocar uma equipe de quatro pessoas para realizar um estudo específico sobre a identidade, finalidade, conteúdos e modo de realizar o Mês de Nazaré que permita redigir um documento com Orientações Comuns, respeitando as particularidades culturais de cada país. Esse documento seria apresentado para sua aprovação na próxima Assembleia Geral”1.

A Equipe Internacional acolheu esta proposta e na sua reunião de Outubro de 2016, resolveu solicitar a Manuel Pozo (Espanha), Jean Michel Bortheirie (França) e Fernando Tapia (Chile), constituir essa comissão e redigir um documento sobre o Mês de Nazaré.

Os três aceitamos este encargo e trabalhamos desde nossos lugares de origem, estudando artigos dos boletins IESUS CARITAS sobre o Mês de Nazaré, recolhendo experiências e materiais já elaborados para anteriores meses de Nazaré de diferentes países.

Finalmente reunimo-nos em Almería, Espanha, do 20 ao 24 de fevereiro de 2017 para fazer nosso trabalho. Manuel Pozo acolheu-nos em sua paróquia Nossa Sra. de Monserrat com grande espírito fraterno. Iniciamos nossa Jornada diária com a adoração eucarística e as laudes e a culminamos na tarde com a Eucaristia, junto á comunidade paroquial.

Os três tínhamos experiência tanto em receber como em dar o Mês de Nazaré, pelo que o trabalho foi muito fluido, muito participativo e muito agradável. O principal marco inspirador foi para nós o texto aprovado na Assembleia Internacional realizada por nossa Fraternidade, em Argélia, no ano 1982, titulado “O Mês de Nazaré” e que foi incorporado nas últimas edições do Diretório.

Nosso trabalho tem como destinatários principais os Responsáveis Regionais e suas Equipes, bem como os Coordenadores dos Meses de Nazaré e suas Equipes. Contém uma Primeira Parte com Orientações de tipo geral em relação ao que é o Mês de Nazaré, seus Objetivos, os critérios para sua realização, o perfil do Coordenador do Mês, as etapas de sua realização e o decorrer de um dia tipo.

Tem também uma Segunda Parte (a mais longa) com esquemas para os temas de reflexão, preguntas para o trabalho pessoal ou grupal e esquemas para as meditações da semana de retiro, com alguns exercícios para a oração pessoal. Querem ser uma ajuda para os expositores á hora de preparar tanto os temas de reflexão como as meditações do retiro.

Damos graças a Deus pela possibilidade de colaborar neste trabalho tão importante para nossa Fraternidade e o colocamos nas mãos da Equipe Internacional que nos encomendou esta tarefa.

Almeria, 25 de fevereiro de 2017.

PDF: ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O MÊS DE NAZARÉ, port

BOLETIM ESPECIAL DAS FRATERNIDADES 2016

SUMARIO

4 Família Espiritual de Carlos de Foucauld no Brasil
5 Os Grandes Mestres da Espiritualidade Foucauldiana
11 As origens da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas
14 Como surgiram as Fraternidades Sacerdotais no Brasil
17 Os Meios da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas e suas consequências na vida do Presbítero
22 A importância do Mês de Nazaré
23 Testemunho do Pe. Gunther Lendbradl
25 O que é o Mês de Nazaré
26 Bispos na Fraternidade Jesus Caritas
26 Testemunho de Dom Eugênio Rixen
28 Testemunho de Dom Edson Damian
31 Alegria na missão “Ad Gentes”
36 As diversas fraternidades sacerdotais: internacional, nacional e nas diversas regiões do Brasil
50 Irmãzinhas de Jesus – Uma presença contemplativa neste mundo que Deus ama
52 Fraternidade Secular Charles de Foucauld
55 Irmãozinhos da Visitação – Charles de Foucauld
56 Fraternidade Missionária Itinerante
57 Fraternidade Feminina – Diocese Assis

Documento: 1.0 BOLETIM ESPECIAL 2016